Muito se fala sobre os problemas que todo o meio ambiente sofre com desmatamentos, aquecimento global, escassez de água, entre outros. Países estão se unindo e trabalhando com o propósito de diminuir o aquecimento global e os problemas relacionados à escassez de água. Soluções como as ETEs surgiram para ajudar na diminuição do problema mundial do meio ambiente. Além de contribuir com esta causa, as ETEs oferecem diversas vantagens para as empresas em geral, como por exemplo, diminuição de custos ao proporcionar uma eficiente reutilização de água.
A água é o insumo mais importante dentro de um processo de uma lavanderia. Sem água, não há como transformar a roupa suja em roupa limpa (exceto em processos de lavagem à seco). Um dos grandes problemas de todas as lavanderia é a água, pois ela é cara e precisa ser de excelente qualidade.
As ETEs podem ser utilizadas em qualquer empresa que possui consumo de água. Em alguns setores, é obrigatório ter uma ETE operando. Em lavanderias industriais, além de ser obrigatório, pode ser também uma excelente maneira de reutilizar a água e reduzir os custos com a aquisição de água. Em lavanderias de pequeno porte, pode não ser obrigatório, mas se a sua lavanderia compra água da Concessionária de Abastecimento de Água e Esgoto, a ETE pode ser uma opção estratégica de reutilização de água e redução de custos.
Se a sua lavanderia possui um Poço Artesiano e a qualidade da água é ruim, você poderá realizar o tratamento da água em uma estação de tratamento para garantir uma limpeza profissional nas roupas dos seus clientes.
Para entender melhor o que é uma ETE e todas as suas vantagens, conversamos com Manoel Gomes de Souza, um dos maiores especialistas do Brasil em sistemas de reúso de água e o Diretor Comercial da empresa Água P.U.R.A – Projetos para o Uso Racional da Água. Ele é responsável por centenas de projetos de ETEs, com mais de 20 anos de colaboração para esse setor.
O que é ETE?
Utilizamos essa sigla para as Estações de Tratamento, onde o segundo “E” pode tanto representar Efluentes como também Esgotos. Em nossa empresa costumamos chamar de ETE as que tratam efluentes, e de ETES, as que tratam Esgotos Sanitários.
Quais as vantagens e impactos de uma ETE para o meio ambiente?
Nenhuma empresa que gera efluentes e resíduos, sejam eles líquidos, sólidos ou gasosos/atmosféricos, pode operar sem que mitigue os possíveis danos que possa causar ao meio ambiente, portanto, se faz necessário o tratamento para que permaneça dentro da lei. No caso dos efluentes líquidos, existem muitas situações em que as companhias estaduais ou municipais de saneamento aceitam esses descartes sem prévios tratamentos, porém cobram valores diferenciados por cada metro cúbico desaguado em suas redes. Onde não há redes coletoras e esses descartes são feitos em corpos hídricos receptores (rios ou córregos), as empresas sofrem com processos legais que prejudicam suas licenças ambientais. Os tratamentos devem garantir eficiência, ou seja, o que pode ser descartado, não deverá “alterar” a condição desses corpos d’água.
Quais são os processos de tratamento da água?
A água potável que é distribuída à população, seja em um pequeno município ou mesmo em uma grande metrópole, na sua maioria esmagadora, é tratada através do processo físico-químico com desinfecção, ou seja, com o uso de reagentes químicos (coagulantes, alcalinizantes, polímeros coadjuvantes de floculação, cloro para a desinfecção e flúor para prevenir cárie dentária). Com a utilização correta desses reagentes, a sujidade dessas águas se agrupa (coagulação), flocula (quando há a junção dos pequenos coágulos que passam a se chamar de flocos, que são maiores e mais pesados) e posteriormente decanta e a água clarificada (sem turbidez) ainda passa por um processo de filtragem, que é conseguida pela transposição feita por elementos filtrantes (areias de várias granulometrias).
Quantas vezes a água pode ser reutilizada dentro de uma ETE?
Dependendo do processo de tratamento, do segmento das empresas, e do nível de água exigido, esse número pode variar de 02 a 20 vezes, mas muitas são as varáveis que devem ser consideradas.
Quais as diferenças entre o tratamento de água para os diferentes setores de lavanderia, como por exemplo, tingimento de jeans, hospitalar, hoteleira e doméstica? Quais são os tipos de efluentes que não são tratáveis?
Os reagentes utilizados e os possíveis layout’s das estações, muitas vezes se equivalem, mas há sim bastante diferença, como por exemplo, os tipos de pré-tratamentos, gradeamentos ou peneiramentos para a retenção de fiapos e sólidos grosseiros, os sistemas para separação de óleos e graxas para os efluentes gerados por lavanderias de uniformes contaminados ou roupas oriundas de bares e restaurantes, o rigor da desinfecção quando dos tratamentos dos efluentes das lavanderias hospitalares, dentre outras.
Nas estações que tratam efluentes gerados por lavanderias de beneficiamentos do jeans, além do coagulante e dos outros citados acima (fora o flúor), usamos (dependendo se essas empresas tingem ou não) um outro reagente que chamamos de descolorante, ou mesmo blend’s, que são reagentes que possuem mais de uma função, como um coagulante que também descolore. Há muitas lavanderias que possuem estações que operam pelo processo de tratamento biológico aeróbio, como é o caso das ETE’s por lodos ativados, que garantem uma ótima redução das cargas orgânicas (DBO e DQO). Entretanto, mesmo sendo aceitas pelos órgãos de fiscalização e controle, pois enquadram os parâmetros impostos para que esses efluentes tratados possam ser descartados, não deixam a água límpida e/ou transparente e, portanto, não a deixa apta para que seja reusada. Todos os efluentes são tratáveis, o que altera em diversos casos, é o custo desses tratamentos.
É possível e necessário que uma lavanderia doméstica faça o tratamento do efluente?
Pela lei, a ETE não se faz necessário, já que apresentam baixos potenciais poluidores – com algumas exceções – para lavanderias domésticas, a menos que a água não seja fornecida pela concessionária local. Caso a lavanderia não tenha acesso a uma água potável que possa ser utilizada em lavagens, por exemplo lavanderias que captam a água em algum poço artesiano, pois pode conter ferro, dureza ou algum outro parâmetro desenquadrado ou se fizer abastecimento através de rios ou córregos. Com relação a possibilidade, ela é positiva. Para essas lavanderias, é possível reutilizar até 90% da água das lavagens e higienizações de roupas.
Quais seus maiores casos de sucesso e qual a motivação da Água P.U.R.A.?
Hoje temos mais de 980 estações operantes nos mais diversos setores e segmentos da economia. Em mais de 60% delas, possibilitam que os efluentes tratados sejam reutilizados em um grande percentual, tanto nos seus próprios processos produtivos como também nas regas de jardins e áreas verdes, na umectação de vias de acesso, nas lavagens de pisos externos e internos dessas empresas, nas lavagens de automóveis e veículos diversos das possíveis frotas das mesmas, na reposição da água das descargas dos vasos sanitários, na aspersão dessa água de reuso em telhados, para a diminuição da temperatura interna dos galpões de produção, e em muitas outras atividades, que não demandem que a água seja potável para as suas realizações.
Temos diversos “cases” de sucesso. Só em lavanderias são mais de 500 unidades implantadas e operantes, muitos lava-jatos automotivos, de ônibus, de caminhões, de tratores etc, laticínios, empresas de beneficiamentos de carnes, empresas de produtos químicos, de beneficiamento de rochas (mármores e granitos), por isso, fica até difícil citar os maiores. Considero como um dos mais importantes, as estações implantadas em empresas, que passam a ter uma importância tão grande, que sem as mesmas, seria muito provável que essas unidades já não estivessem mais em operação.
A motivação se fortaleceu, quando há uns 10 anos atrás, iniciamos experiências de reuso desses efluentes tratados, nas próprias rotinas operacionais dessas empresas, pois foi quando nossos contratantes entenderam que nem sempre ter a obrigação de tratar seus efluentes, significa uma despesa a mais, e sim, e em muitos casos, uma maravilhosa oportunidade de se economizar, e de se tirar proveito com o incremento de suas imagens institucionais, não só junto aos seus clientes e parceiros, mas também, frente às comunidades onde essas empresas estão inseridas.
Qual o investimento médio para cada tipo de lavanderia e qual o prazo de retorno do capital investido e qual o custo de tratamento por litro de água?
O investimento varia de R$ 25.000,00 a R$ 600.000,00, dependendo do volume de efluentes gerados, do padrão dos equipamentos e acessórios que são especificados e utilizados, ou se a empresa quer, além de tratar e economizar, ter uma estação bem apresentada, de forma que possa utilizá-la como forte ferramenta de divulgação das boas práticas ambientais. Na grande maioria das vezes, o preço médio é de R$ 80.000,00, inclusos os custos de todos esses materiais, equipamentos e acessórios, a nossa consultoria, que executa o projeto da estação com toda a documentação para que seja apresentada aos órgãos de fiscalização e controle ou para o atendimento das condicionantes impostas pelas diversas certificações ambientais, tais como, as dos grandes magazines, das maiores e mais renomadas redes hoteleiras, pelos hospitais etc [Pranchas do projeto + Memorial descritivo detalhado do processo + ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) + Boletins técnicos dos reagentes que serão utilizados]. Consultoria essa que também tem como atribuição o acompanhamento das obras de implantação, adequações e instalações, e quando as estações estão prontas, treinar e certificar os operadores e iniciar o tratamento propriamente dito.
O payback de nossas estações varia de 06 a 08 meses, mas temos casos extraordinários, onde as estações retornaram o capital investido em menos de 03 meses.
Cada tipo de efluente tem a sua melhor forma para tratar, dentre elas posso citar, pelo processo de oxidação química (Reação de Fenton), via físico-químico, dentre outros, mas em média, hoje, o custo para o tratamento de cada metro cúbico (cada 1.000 litros), varia de R$ 0,50 a R$ 3,50, dependendo de seus níveis potenciais poluidores. Entretanto, temos, por exemplo, casos onde empresas gastam até R$ 45,00 para o tratamento para cada 1.000 litros de seus efluentes.
Qual a sua visão sobre a crise hídrica mundial?
A crise hídrica sempre existiu de forma localizada e muitas vezes pontuais ou sazonais, mas temos que reconhecer que a tendência para o seu enfrentamento é que passe cada dia mais a fazer parte de nossas vidas. Veja o caso do Brasil, de muitos aquíferos, de muita água doce e de boa qualidade. Porém, este recurso indispensável e finito, aqui no nosso país, é extremamente mal distribuído.
Quais dicas você pode dar para as lavanderias para conscientização do consumo de água?
Vivemos um período de muitas e rápidas mudanças e de quebra de paradigmas. Me lembro que há uns 10 anos quando falávamos de reuso de água, as pessoas riam e debochavam, pois como grande parte dos brasileiros sempre viveu numa cultura de desperdício, não era normal nos preocuparmos com possíveis crises hídricas. Não há dica a ser dada, pois os atuais empresários e cidadãos já estão cientes que devemos usar a água com racionalidade. O que realmente posso deixar de recado é que o reuso de água veio para ficar e que para usufruir dessa prática, não se faz mais necessário grandes investimentos.
Gostou da conversa e quer saber como ter uma ETE na sua lavanderia? Envie um e-mail para comercial@aguapuraonline.com.br ou ligue para (027)3045 0237. Visite o site www.aguapuraonline.com.br e saiba mais sobre os projetos da Água P.U.R.A – Projetos para o Uso Racional da Água.
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